Receita de Bolo de Mel com Especiarias, da Deb Perelman do blog The Smitten Kitchen

Eu nunca fui dessas pessoas que acham que sobremesa tem estação. Sempre tomei sorvete no inverno, comi suflê quente no verão e sempre feliz com as minhas escolhas gastronômicas que não discriminavam inverno do verão. Mas acho que foi com o esse bolo de mel da Deb Perelman que realmente cheguei à conclusão que existem doces que são infinitamente mais gostosos em uma determinada época do ano.

Por algum motivo inexplicável, eu estava com vontade de comer bolo de mel. Inexplicável porque eu nunca gostei de pão de mel ou algo que o valha. Comecei a fazer algumas pesquisas no google e me deparei com essa receita no blog Smitten Kitchen que além de mel, levava whisky e várias especiarias em sua lista de ingredientes.

Eu fiquei simplesmente apaixonada pela beleza da massa enquanto preparava. Antes de assar o bolo ela estava com uma cor caramelo e uma consistência lisa e robusta. Depois de assado, o bolo ficou bem bonito e cresceu exatamente como deveria. Mas após algumas mordidas percebi que apesar de gostoso o bolo não combinava com o calor excepcional que estava fazendo em Londres. O bolo pedia uma tarde de outono ou inverno quando tudo que você precisa é um doce mais pesado e que combine com uma bela xícara de chá ou café.

Por isso, diria que este bolo - apesar de ser muito gostoso independente da época do ano - é muito melhor numa temporada mais fria, porque ele é bem pesado. Uma coisa que tentarei da próxima vez é diminuir um pouco a quantidade de mel ou usar um tipo mais suave pois ele fica bem marcado no bolo.

Utilizei forminhas menores para assar o bolo, diferentemente da Deb que assou em uma forma retangular e mais alta. Talvez seja apenas impressão, mas tenho a sensação que assar em uma forma com maior quantidade deixa o centro do bolo mais molhadinho do que nas forminhas menores. Aliás, vale falar que essa receita rende bastante massa, e talvez seja necessário mais de uma forma para assá-lo. 

Enfim, este bolo é bem gostoso e divertido de fazer. Para quem quiser ver a receita original da Deb para este bolo clique aqui (você vai notar que fiz pequenas substituições).

Ingredientes

3 xícaras e 1/2 de farinha de trigo 

1 colher de chá de fermento em pó 

1 colher de chá de bicarbonato de sódio 

1/2 colher de chá de sal

4 colheres de chá de canela em pó
1/2 colher de chá de cravo em pó*
1/4 colher de chá de noz-moscada ralada

1 xícara de chá de óleo

1 xícara de chá de mel 

1 xícara e 1/2 de açúcar granulado

1/2 xícara de açúcar mascavo

3 ovos grandes à temperatura ambiente

1 colher de chá de extrato de baunilha

1 xícara de chá de café ou chá forte morno

1/2 xícara de suco de laranja fresco

1/4 xícara de whisky

*Obs: Caso não encontre o cravo em pó, coloque alguns cravos em um saquinho e bata com um rolo repetidamente até ele quebrar bastante. Aí peneire para tirar os pedaços maiores e use o que passou pela peneira.

Preparo

Em uma vasilha grande misture a farinha, o fermento, o bicarbonato de sódio, o sal, a canela e o cravo em pó. Faça um buraco no centro e adicione o óleo, mel, os dois tipos de açúcar, ovos, baunilha, o suco de laranja, whisky e café ou chá.

Utilizando um batedor de arame ou uma batedeira em velocidade baixa misture todos os ingredientes, tendo cuidado para que a mistura fique lisa e tudo bem misturados. A massa é bem grossa.

Coloque a massa em uma assadeira untada com manteiga e farinha - complete cerca de 3/4 da forma para que o bolo tenha espaço para crescer. Asse em um forno preaquecido à 180C até que espete um palitinho em seu centro e ele saia limpo. O tempo vai depender da forma que você estiver utilizando.

Quando estiver pronto, retire do forno e espere esfriar antes de desenformar.

Receita de Brigadeirão

Ontem coloquei algumas fotos no instagram (@passagemgastronomica) de um brigadeirão que fiz para receber uns amigos em casa e foi muito comentado.

Esse brigadeirão é uma receita que a minha vó sempre faz e é sucesso garantido na mesa de almoço. A textura é bem cremosa e ao mesmo tempo a consistência é firme como a de um pudim. É uma sobremesa de chocolate que não é muito doce e por isso não é pesada e nem enjoativa. O brigadeirão costuma ficar melhor no dia seguinte, pois assim ele tem tempo pra ficar bem geladinho e um pouquinho mais firme. Por isso, se tiver tempo faça à noite e sirva no dia seguinte. 

A minha avó costuma servir o brigadeirão com uma caldinha bem simples de chocolate, mas eu acabei servindo puro e ficou bem gostoso. Algumas pessoas sugeriram servir com creme de baunilha ou chantilly. Qual o acompanhamento preferido de vocês?

Ingredientes

3 ovos

1 lata de leite condensado

1 lata de leite integral (utilize como medida a lata de leite condensado)

1 lata de creme de leite sem soro*

1 xícara de chá quase cheia de chocolate do padre ou cacau em pó*

1 colher de sopa de manteiga

* Obs: 1. Para quem mora em Londres pode utilizar 3 latas (170g cada) de Extra Thick Cream da Nestlé (Carnation) sem o soro. 2. Se utilizar cacau em pó com uma concentração maior de cacau pode utilizar cerca de 3/4 de xícara de chá.

Preparo

1. Bata todos os ingredientes no liquidificador - a mistura fica bem líquida - e coloque em uma forma com furo no meio untada com manteiga (a forma de pudim funciona muito bem nessa receita). Como a minha forma é cheia de detalhes ela costuma grudar com mais frequência, por isso untei duas vezes. Passei uma camada de manteiga na forma, levei à geladeira e deixei por alguns minutos. Quando a manteiga ficou mais firme repeti o processo. 

2. O brigadeirão deverá cozinhar em banho-maria. Para isso utilize uma forma ou mesmo uma panela larga com papel toalha no fundo - para evitar a transmissão de calor direto para a forma - e nela coloque a forma com o brigadeirão. Eu deixo pra colocar a água quando as duas já estão dentro do forno pois acho mais fácil, mas você pode colocar antes de levar pro forno também. A água do banho-maria deve estar quente e deve atingir a 1/2 ou 2/3 da altura da forma com o brigadeirão.

3. Leve ao forno preaquecido à 180C. Depois de 10 minutos de cozimento ou quando uma casquinha se formou sobre a superfície do brigadeirão, coloque papel alumínio sobre ele apenas para que o topo não fique cozido demais devido à maior exposição ao calor. Cheque de vez em quando e aproveite pra colocar mais água no banho-maria se o nível diminuir.

4. Quando o brigadeirão estiver quase pronto, tire o papel alumínio do topo para que ele fique mais coradinho na parte de cima. O brigadeirão estará pronto quando você tocar o topo e ele estiver relativamente firme, com a consistência de um pudim assado. No meu forno demorou quase 1 hora para ficar pronto. Retire do forno e espere esfriar antes de levar para a geladeira. 

5. Deixe na geladeira até que ele esteja bem gelado, o que levou cerca de 6 horas no meu caso. Mas como mencionei antes, prefiro deixar para servir no dia seguinte, pois assim ele fica mais geladinho e gostoso. Quando for desenformar, passe uma faquinha com cuidado nas laterais e ao redor do furo do centro. Segurando a forma, passe-a sobre a chama de um fogão para esquentar levemente e ajudar a desenformar. Em seguida, coloque o prato em que for servir por cima e segurando ambos vire de uma vez. Se mesmo assim não sair repita o processo para ajudar a desenformar.

6. Sirva puro ou com o acompanhamento que mais gostar!

Onde comer em Sheffield: The Milestone

Quando fiz o post sobre Chatsworth falei um pouco sobre Sheffield, uma cidade que fica bem próxima à Chatsworth mas que não é muito gostosa pra se visitar. Como sei que Sheffield acaba sendo uma parada estratégica pra quem visita o Peak District National Park e Chatsworth em si, vale super a pena falar desse gastropub delicioso que conhecemos por lá. 

Gastropub é um conceito bem popular aqui no Reino Unido, sendo uma mistura de bistrô com pub, onde se serve comida de boa qualidade. Existem ótimos gastropubs no Reino Unido, e alguns inclusive possuem estrela Michelin.

Nossa chegada até o The Milestone não foi muito agradável. Nós decidimos ir caminhando até ele pois não estava muito longe do hotel, mas durante o caminho passamos por ruas não muito bonitas e não muito movimentadas. Não saberia dizer ao certo se a localização do gastropub não é boa, pois o que vimos fora da região super central de Sheffield era meio deserto e longe de ser interessante do ponto de vista arquitetônico.

Chegando ao The Milestone a atmosfera mudou completamente. O interior faz o estilo mais rústico e escuro, bem carinha de pub, mas é bem arrumadinho e com um ar intimista e aconchegante. Assim que o atendente veio explicar o menu, ele fez questão de destacar que o The Milestone tenta ao máximo produzir localmente os ingredientes que utilizam em sua cozinha e que se preocupam com a procedência de seus alimentos.

Como entrada pedimos dois pratos, a coxa de frango desossada com aspargos; e o aspargo com ovo, queijo de cabra e fava de feijão. Os dois estavam gostosos, mas o prato de aspargos era divino. A fava de feijão era super saborosa e os aspargos era bem frescos e foi cozido no ponto exato.

Como prato principal optamos pela barriga de porco com batatas e a carne grelhada acompanhada de batatas fritas. Ficamos muito satisfeitos com as duas opções, e a carne em especial estava extremamente macia, molhadinha e saborosa. Além disso, ela era acompanhada por dois molhos divinos.

Por fim, como sobremesa pedimos um bolo de chocolate com caramelo e sorvete, que também foi uma ótima pedida.

Gostamos: Dos pratos que provamos e do fato do restaurante se preocupar com a procedência de seus ingredientes.

Não Gostamos: A localização do restaurante era numa região um pouco deserta e não muito agradável.

Veredicto: O The Miles é com certeza uma excelente opção para quem estiver em Sheffield. A comida é simplesmente deliciosa!

Endereço: 84 Green Lane at Ball Street
Site: www.the-milestone.co.uk
Tel: 0114 272 8327

Sugestão de Hotel em Berlim: Adlon Kempinski

Quem acompanha o blog pelo instagram (@passagemgastronomica) viu que fomos para Berlim algumas semanas atrás. Durante nosso período por lá, fomos convidados para nos hospedar no Hotel Adlon Kempinski e adoramos nossa estadia no hotel.

O hotel Adlon fica ao lado do portão de Brandemburgo, uma das melhores localizações da cidade. Ele fica bem próximo a diversas atrações turísticas importantes de Berlin como a ilha dos museus, o parlamento alemão e é literalmente ao lado do metrô. Com certeza a localização não poderia ser melhor.

O hotel tem uma história bem interessante. No passado ele foi um dos hotéis mais importantes da Europa recebendo estrelas como Charlie Chaplin e Greta Garbo. O hotel foi inaugurado por Lorenz Adlon em 1907 e era considerado uns dos mais luxosos da época. O hotel sobreviveu à segunda guerra mundial mas pegou fogo poucos dias depois do fim da guerra, tendo sofrido sérios danos. O hotel foi reformado pelo grupo Kempinski e reabriu suas portas em 1997.

As áreas comuns do hotel são bem decoradas e bem mantidas, com sala de ginástica, piscina, spa e opções de restaurantes - postei sobre a ótima experiência que tivemos no restaurante Lorenz que fica no hotel neste link.

As suítes do hotel são muito confortáveis, tanto a que nos hospedamos dessa vez quanto a que nos hospedamos em outra viagem. Alguns quartos contam com uma vista privilegiada do portão de Brandemburgo que é de tirar o fôlego. O quarto conta com alguns mimos bem legais, como ipad com as opções de room service, e algumas facilidades não tão óbvias mas que fazem toda a diferença quando você precisa, como ar condiciniodo eficiente (perdi a conta de quantos hotéis me hospedei na europa onde o quarto era quente ou frio demais) e um switch simples e direto das luzes do quarto.

Um dos maiores diferenciais do hotel - além da localização - foi o serviço. A equipe do hotel é eficiente e tem boa vontade de ajudar os hóspedes. A equipe de concierge também foi ótima e bem direta, um dos atendentes inclusive sugeriu que eu não comprasse o lipbalm do spa do hotel, me direcionando para uma lojinha próxima onde o produto custava cerca de 35 euros a menos.

Nossa experiência foi excepcional, e se tivesse que mencionar algo negativo seria apenas o café da manhã. Apesar de ser bem diversos e com várias opções, alguns itens não estavam muito gostosos, principalmente os pratos com ovos.

Nós amamos nossa estadia no Adlon, tanto que voltamos a nos hospedar no hotel um mês após a primeira visita. Com certeza recomendo a estadia no hotel para quem visitar Berlim.

Gostamos: Da localização perfeita, do comforto das suítes e do atendimento diferenciado.

Não Gostamos: Apesar de variado, algumas opções do café deixaram a desejar.

Veredicto: Um hotel maravilhoso e que definitivamente é uma excelente opção para quem visita Berlim.

Link do hotel no Booking.com

Receita Salada de Abobrinha, Deb Perelman do The Smitten Kitchen Cookbook

Quando recebi o livro da Deb Perelman a primeira receita que me chamou a atenção foi essa salada de abobrinhas. Adorei ver a abobrinha neste formato de fita que deixa a apresentação do prato linda! Além disso, é uma ótima opção de salada pra servir quando se tem visitas em casa, por ser fácil de fazer e bonita, além de ser refrescante em um dia quente.

A receita original no livro The Smitten Kitchen Cookbook leva alho e algumas pitadas de pimenta em pó. Como não gosto do sabor forte do alho cru e também não sou muito fã de pimenta retirei esses dois ingredientes. Mas fique à vontade para acrescentá-los. Ah, acabei acrescentando raspas de limão porque adoro, mas se não gostar não tem problema deixar este ingrediente de fora.

Ingredientes (4 pessoas)
120g de amêndoas
20g de queijo parmesão ralado
suco de limão
Raspas de 1/2 limão pequeno
900g de abobrinhas tamanho médio
Azeite e sal a gosto

Preparo

Em uma frigideira coloque as amêndoas para tostar. Se preferir pode fazer também no forno. Quando estiverem douradas retire e deixe esfriar. Se estiver sem tempo é possível pular esta etapa, mas com o calor do fogo as amêndoas liberam óleo, o que deixa mais saboroso.

Em um processador bata as amêndoas e o parmesão até que fiquem em pedaços menores, tomando cuidado para que não fique muito fino. 

Na receita original a Deb sugere utilizar 80 ml de azeite, 2 colheres de sopa de suco de limão e 1/4 de colher de chá de sal. Eu prefiro ir colocando esses três ingredientes aos poucos e ajustando de acordo com o meu gosto. Vá adicionando e pulse algumas vezes apenas para combinar os ingredientes. Aproveite também para acrescentar as raspas de limão.

Corte as extremidades da abobrinha e com um descascador de legumes vá retirando fitas de cerca de 1 mm de espessura da abobrinha no sentido de cima para baixo. Segundo a Deb as fitas ficam mais bonitas quando a largura da abobrinha é menor que a da lâmina do descascador de legumes, pois isso deixa as laterais verdes intactas

Em uma vasilha junte o molho com as fitas das abobrinhas, misturando com a mão para não quebrá-las. Sugiro colocar o molho apenas na hora de servir, pois eu misturei antes e deixei um tempo na geladeira e achei que depois desse período na geladeira a salada não ficou tão quanto gostosa no momento que temperei.

Sirva em um prato bem bonito e aproveite!

Visita imperdível em Yorkshire: Chatsworth

Nossa visita à Chatsworth aconteceu muito por acaso. Em algumas das pesquisas que fiz sobre Yorkshire, li que Sheffield era uma cidade interessante para se visitar e acabei incluindo em nosso roteiro de viagem. Chegando em Sheffield ficamos bem decepcionados, pois apesar de ter algumas atrações turísticas, nenhuma era interessante o suficiente para justificar nossa ida até lá. 

Por isso, começamos a procurar por outros passeios próximo à cidade e descobrimos que estávamos próximos a Peak District National Park, que por sinal parece lindo pelas fotos e comentários que li, e de Chatsworth. Decidimos conhecer Chatsworth e a partir do momento que entramos na propriedade fiquei imensamente feliz pela escolha, pois foi um dos lugares mais lindos que já visitei em toda minha vida e o lugar mais interessante durante a viagem por Yorkshire.

A mansão fica cercada por uma imensa extensão de terra com um gramado verde a perder de vista, cheio de ovelhas pelo campo, o que já cria todo um contexto para a visita. Quando você dirige pela propriedade avista de longe a casa que é simplesmente de tirar o fôlego. A história da casa data do século 16: foi construída inicialmente por Bess of Hardwick juntamente com seu marido. Ela era uma mulher de origem modesta mas que se tornou uma das mulheres mais poderosas do Reino Unido durante o reinado de Elizabeth.

A casa foi se transformando ao longo dos séculos, com adições de novas alas, cômodos e restaurações. A propriedade é cheia de fatos históricos, como por exemplo ter sido o local onde Mary Queen of Scots passou anos de sua vida aprisionada durante o reinado de Elizabeth, e por ter sido utilizada como escola para garotas durante a guerra. 

O local serviu de cenário para vários filmes como Orgulho e Preconceito e A Duquesa, ambos lindos e que super recomendo para quem for visitar a casa. Aliás, não deixe de escutar a parte do audioguia que fala da Georgina Cavendish, personagem principal do filme a Duquesa, que viveu em Chatsworth.

Chatsworth é um lugar encantador! Tanto os lindos cômodos como toda a enorme área externa da propriedade são maravilhosas e com certeza vale a visita!

Para mais informações acesse o seu site oficial http://www.chatsworth.org/